sexta-feira, 13 de março de 2009

O que Sacconi diz sobre Objeto Direto Preposicionado

É fato que a Língua Portuguesa é uma língua cheia de regras e excessões. Quem nunca se perguntou "Por que esta palavra se escreve com S, sendo que o som é de Z?" ou "Qual a importância de se estudar objeto direto e indireto?". No entanto, é necessário que conheçamos a estrutura da nossa língua, até porque, mesmo com as mudanças ocorridas no seu ensino (valorização do discurso e interpretação textual), ainda precisamos entender o valor de cada palavra usada pelo autor e a significação que quis abordar naquele contexto.
O estudo do objeto direto preposicionado nos ajuda a entender, por exemplo, o porquê de dizermos "amo Maria" (sem preposição) e "amo a Deus" (com preposição), ou para evitar algumas ambiguidades, como "Aos pais, amam os filhos" (filhos amam, pais são amados).
Vejamos o que Sacconi nos diz:
É o objeto direto antecedido de preposição, geralmente a, raramente de. Ele pode aparecer quando o objeto direto:

1º For representado por nome de pessoa.
Venderam a Cristo.
Não roube a Pedro.

2º For representado por nome que indica alguma atividade.
Quem rouba a ladrão tem cem anos de perdão.

3º For um pronome oblíquo tônico.
Não entendo nem a ele nem a ti.

4º Por ênfase, aparecer no rosto da oração.
A ela você pode até não conhecer, mas a mim você conhece.

5º Precisar coordenar pronome oblíquo e substantivo.
Conheço-o, sim, e aos seus amigos.

6º For o nome de Deus.
Não vemos a Deus, mas o sentimos.

7º For pronome de tratamento.
Não respeitaram a V.Exª, nem àquela senhora.

8º Precisar evitar ambiguidades, principalmente nas orações com ordens inversas.
Ao cruzeiro derrotará o Palmeiras.
Castiga-se aos maus.

9º For precedido de predicativo.
Encontrei desesperado ao homem.

10º For constituído por pronome indefinido ou relativo quem.
O raio fere a uns, o relâmpago a muitos.
Não tem a quem amar.

11º Estiver depois das conjunções como e que (ou do que).
Amo-a como a minha irmã.
Eu o estimava mais do que a meu irmão.

12º For um infinitivo que completa o sentido dos verbos ensinar e aprender.
Foi Luís quem lhe ensinou a escrever à máquina.
É preciso aprender a votar nos melhores candidatos.

13º For porção de alguma coisa.
Não beberei desta água nem comerei deste pão.

14º For construção idiomática.
puxar da faca, arrancar da espada, sacar do revólver, pedir por socorro, pegar do ônibus, saber do caso, pegar em alguma coisa, cumprir com o dever, chamar por alguém, esperar por alguém, gozar de liberdade, acabar com o trabalho, ansiar pelo cargo, etc.

Enfim, vale lembrar que a melhor dica para identificar o ODP é ter certeza que o verbo é Transitivo Direto, mesmo seu complemento apresentando preposição (já que não existe VTD+OI). As famosas perguntinhas "o que" e "quem" são a melhor tática, depois de tantas regras.

Bom estudo.

8 comentários:

  1. qual é a forma correta de escraver?
    PISAR A GRAMA ou PISAR NA GRAMA

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    1. As duas formas estão corretas!!! Só não estaria correta se o A da primeira oração tivesse craseado!!

      Abraço!

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  2. "É fato que a Língua Portuguesa é uma língua cheia de regras e excessões."
    Corrija aí sua frase, por favor, vai...

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  3. Excessões? Não seriam exceções? Melhor corrigir o blog!

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    1. Exceção vem de exceto.
      Exceder tem a ver com excesso.

      Ambos são dígrafos: excelente, excêntrico, excipiente, excitação, excitante, excepcional, excessivo

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    2. Não confunda a palavra exceção com a palavra excesso! Exceção e excesso não partilham o mesmo radical, são palavras distintas com significados e grafias distintas.

      Exceção significa o ato de excluir ou excetuar.
      Excesso é o resultado do ato de exceder.

      Exceção com dois esses não existe nem com o sentido de exceder .

      Abraço!

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    3. https://dicionario.priberam.org/excess%C3%A3o

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  4. muitoooo obg , ajudou bastante.

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