segunda-feira, 23 de março de 2009

Aposto

Vamos a mais um momento de estudo da Língua Portuguesa. Hoje, o assunto escolhido é aposto. Não se trata de aposto (verbo apostar), e sim, aposto (termo acessório da oração).
O aposto é algo muito usado em nosso dia a dia (sem hífen), mas quase sempre ignorado em seu valor.
Quando vamos à vizinha fazer aquela fofoquinha, é comum usarmos um aposto. Veja:
- Maria, quero te contar uma novidade.
- O que é, Luiza?
- Lembra-se do Rogério, o irmão da Cíntia?
- Sei.
- Vai se casar e morar na rua Sergipe.
Para quem não sabe, a explicação sobre quem é Rogério e o nome da rua são apostos.
Basicamente, podemos conceituar aposto como um termo ou expressão que serve para explicar ou especificar um termo na oração. No entanto, conforme o seu valor dentro dessa oração, podemos classificá-lo da seguinte maneira:
1º Explicativo
a)O termo destacado dá uma explicação. Pode vir separado por vírgulas
ou travessões:
Paulo, o mecânico, consertou meu carro
Na primavera - estação das flores - a cidade fica mais bonita.
b) Antes do termo a que se refere:
Poeta romântico, Álvares de Azevedo morreu cedo.

2º Enumerativo: Enumera as coisas citadas na oração. Neste caso vem depois de dois pontos.
Preciso de várias coisas: cadernos, livros, canetas.
Almejo apenas isto: felicidade.

3º Resumidor ou recapitulativo
Livros, jornais, rádio, televisão, tudo é fonte de informação.
Crianças, jovens, adultos, todos ficaram apavorados.
(Observação: o verbo concorda com o aposto.)

4º Distributivo
"Drummond e Guimarães Rosa são dois grandes escritores, aquele na poesia e este na prosa."

5ºEspecificativo: Nestes casos, não se usa pontuação.
A cidade de São Paulo é numerosa.
A rua Independência estava tranquila.
O arquiteto Oscar Niemeyer projetou Brasília.

Se continuarmos nossos estudos, ainda encontramos as Orações Subordinadas Substantivas Apositivas (OSSA) que nada mais são do que orações com função de aposto. Não se esqueça que o que determina a existência de uma oração é o verbo.
Observe a frase abaixo:
Desejo-lhe só isto: a sua felicidfade.
Se acrescentarmos um verbo, o aposto se tornará OSSA. Veja:
Desejo-lhe só isto: que seja feliz.
Outros exemplos:
Só uma coisa sabemos: que não sabemos nada.
Aquele grande sonho - que possuísse o sino de ouro - o acalentava.

Enfim, nossa língua é rica e podemos usá-la de diferentes modos. É interessante conhecermos detalhes de sua estrutura, mas o melhor é comunicarmos com clareza e eficiência.
Espero que tenha contribuído com seu aprendizado.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Descobertas

A leitura é uma fonte inigualável de descobertas.
Hoje descobri que o famoso detetive Sherlock Holmes (de Conan Doyle), e outros detetives memoráveis da ficção, como Hercule Poirot(de Agatha Christie), Padre Brown (de Chesterton), entre outros, são descendentes dos contos de Poe.

Quem lê, descobre.

sábado, 14 de março de 2009

O encanto dos livros


Ultimamente estou exercendo os meus direitos de leitor. Comecei dois livros e parei, mas como não consigo ficar sem um livro nas mãos, comecei mais um. Surpreendeu-me. Esse livro me levou a refletir sobre o quanto um escritor tem a nos ensinar e quão vasto é o mundo do conhecimento. Quando me deparo com determinadas sabedorias, fico a pensar no quanto estou aquém daquilo que se pode aprender. Até me assola um desapontamento por ainda não saber nada. Logo, vem-me a disposição e anseio de querer tomar posse desses saberes, e quem sabe, poder um dia passá-los com o mínimo de excelência de certos escritores.
Assassinatos na Rua Morgue e outras histórias, de Edgar Allan Poe, foi o livro que iniciei esta semana. A primeira história é a que dá título ao livro. Mal comecei e já estou curiosa para saber os mistérios que vão se revelando linha após linha.
Mas, o que me levou a pensar o que aqui escrevo foi a introdução que o autor fez, onde leva o leitor a refletir sobre capacidade de análise, capacidade imaginativa e engenhosidade. Segundo ele, no xadrez, "em nove casos sobre dez, é o jogador mais atento que ganha e não o mais hábil". E ainda, "A faculdade de análise não deve confundir-se com a simples engenhosidade, porque, enquanto o analista é necessariamente engenhosos, sucede frequentes vezes ser o homem engenhoso absolutamente incapaz de análise".
Quem matou a Srª e a Srtª l'Espanaye? É o que pretendo descobrir. E para quem gosta de mistérios, eu recomendo.

sexta-feira, 13 de março de 2009

O que Sacconi diz sobre Objeto Direto Preposicionado

É fato que a Língua Portuguesa é uma língua cheia de regras e excessões. Quem nunca se perguntou "Por que esta palavra se escreve com S, sendo que o som é de Z?" ou "Qual a importância de se estudar objeto direto e indireto?". No entanto, é necessário que conheçamos a estrutura da nossa língua, até porque, mesmo com as mudanças ocorridas no seu ensino (valorização do discurso e interpretação textual), ainda precisamos entender o valor de cada palavra usada pelo autor e a significação que quis abordar naquele contexto.
O estudo do objeto direto preposicionado nos ajuda a entender, por exemplo, o porquê de dizermos "amo Maria" (sem preposição) e "amo a Deus" (com preposição), ou para evitar algumas ambiguidades, como "Aos pais, amam os filhos" (filhos amam, pais são amados).
Vejamos o que Sacconi nos diz:
É o objeto direto antecedido de preposição, geralmente a, raramente de. Ele pode aparecer quando o objeto direto:

1º For representado por nome de pessoa.
Venderam a Cristo.
Não roube a Pedro.

2º For representado por nome que indica alguma atividade.
Quem rouba a ladrão tem cem anos de perdão.

3º For um pronome oblíquo tônico.
Não entendo nem a ele nem a ti.

4º Por ênfase, aparecer no rosto da oração.
A ela você pode até não conhecer, mas a mim você conhece.

5º Precisar coordenar pronome oblíquo e substantivo.
Conheço-o, sim, e aos seus amigos.

6º For o nome de Deus.
Não vemos a Deus, mas o sentimos.

7º For pronome de tratamento.
Não respeitaram a V.Exª, nem àquela senhora.

8º Precisar evitar ambiguidades, principalmente nas orações com ordens inversas.
Ao cruzeiro derrotará o Palmeiras.
Castiga-se aos maus.

9º For precedido de predicativo.
Encontrei desesperado ao homem.

10º For constituído por pronome indefinido ou relativo quem.
O raio fere a uns, o relâmpago a muitos.
Não tem a quem amar.

11º Estiver depois das conjunções como e que (ou do que).
Amo-a como a minha irmã.
Eu o estimava mais do que a meu irmão.

12º For um infinitivo que completa o sentido dos verbos ensinar e aprender.
Foi Luís quem lhe ensinou a escrever à máquina.
É preciso aprender a votar nos melhores candidatos.

13º For porção de alguma coisa.
Não beberei desta água nem comerei deste pão.

14º For construção idiomática.
puxar da faca, arrancar da espada, sacar do revólver, pedir por socorro, pegar do ônibus, saber do caso, pegar em alguma coisa, cumprir com o dever, chamar por alguém, esperar por alguém, gozar de liberdade, acabar com o trabalho, ansiar pelo cargo, etc.

Enfim, vale lembrar que a melhor dica para identificar o ODP é ter certeza que o verbo é Transitivo Direto, mesmo seu complemento apresentando preposição (já que não existe VTD+OI). As famosas perguntinhas "o que" e "quem" são a melhor tática, depois de tantas regras.

Bom estudo.